quinta-feira, 7 de setembro de 2006

BUDAPESTE

Acordamos de manhã e fomos visitar a cidade, Budapeste é a capital e a maior cidade da Hungria, sendo a sexta maior da União Europeia. Localiza-se nas margens do Danúbio e tem cerca de 1,7 milhões de habitantes (com cerca de 2,4 milhões na região metropolitana). Budapeste foi fundada em 17 de novembro de 1873 com a fusão das cidades de Buda e Ôbuda, na margem direita do Danúbio, com Peste, na margem esquerda. Fizemos o percurso turístico de autocarro e fomos visitar mais detalhadamente o Castelo de Buda e a Basílica de Santo Estevão.



A meio da tarde, fomos abordados por duas raparigas que de mapa na mão perguntavam-nos onde era a rua x, ao que respondemos que não sabíamos, mas tentamos ajudar, começando a procurar no mapa como elas, e estivemos na conversa cerca de 15 minutos, com as conversas mais banais do mundo entre quatros pessoas de diferentes países, que por acaso naquele momento comungavam o espaço muito próximo no nosso planeta. Mas para grande surpresa nossa, e quando já pensávamos que tínhamos feito ali duas amizades, a conversa seguiu um caminho inesperado, eram duas prostitutas mas que tinham uma abordagem, sem duvida, muito inovadora, ficamos pasmados como não percebemos o que eram.



Ao inicio da noite decidimos ir jantar, depois de vermos algumas opções numa rua que era a “rua” dos restaurantes optamos por um que nos tinha parecido ter uns preços razoáveis. Pedimos comida típica, um Goulash que é um guisado de carne de vaca, a que por vezes se adiciona carne de porco, cortada em cubos e rapidamente alourada em gordura quente, juntando-se-lhe então farinha, cebola e especiarias, sendo depois o conjunto cozido em água, muito bom, experimentem!



Depois do jantar o espirito cigano Húngaro a vir ao de cima, a cara de simpatia do empregado desapareceu, colocando agora um semblante um pouco ameaçador e com a maior lata do mundo tinha arredondado os preços todos para cima, como não éramos de lá enveredou pela pressão psicológica, agora ou pagas ou levas... Mas pagamos, também não era assim nada do outro mundo.




Após o jantar decidimos ir procurar uma disco para irmos beber mais um copo, mas surpresa das surpresas, em Budapeste durante a semana existe pouca noite, demos uma volta a pé pela zona onde tínhamos jantado e pouco depois disseram-nos que num antigo palácio existia uma festa universitária.


Decidimos então ir averiguar como era, pelo caminho ainda nos cruzamos com outro grupo de Portugueses que também andavam um pouco a deriva sem saber muito bem para onde ir. Chegados ao local a festa era mesmo real, era um edifício antigo com alguma historia tendo em conta a sua arquitectura e que, por provavelmente não estar a ser utilizado era agora utilizado pelos estudantes para organizarem as suas festas.
Fomos espreitar por uma janela o ambiente que se vivia lá dentro e ainda estivemos durante algum tempo a porta a ver como as coisas funcionavam, pouco depois entramos. Lá dentro a festa era tipicamente de inicio de ano lectivo após as praxes habituais, enquanto a musica tocava existiam vários pequenos eventos a decorrer, desde imagens de cada um dos caloiros a serem praxados, imagens de outras actividades que devem ter decorrido naqueles dias, etc.

Enquanto isto bebemos uns copos, correu tudo bem mas as pessoas eram de difícil acesso, a maior parte do pessoal conhecia-se da universidade e sentimo-nos um pouco a parte.
Já um pouco cansados decidimos ir andando para o quarto, lá fomos e já na rua onde estávamos passou-se o maior episódio da viagem, decidimos ainda ir beber um copo a um bar de streep.

Assim que entramos estranhamos a amabilidade dos copeiros em tão simpaticamente nos encaminharem para uma zona semi-reservada do bar, mas como ainda pertencia a parte comum do bar ficamos a achar que seria normal.

Pedimos duas cervejas e pouco depois das cervejas, vieram quatro raparigas conversar connosco, começamos a ficar apreensivos mas como a conversa ainda não é cobrada a palavra, ali ficamos na conversa com elas.
Pouco depois quase que em sintonia levantaram-se e começaram a dançar a nossa frente ao que dissemos para pararem pois estávamos ali apenas para bebermos uma cervejinha, nada mais, elas voltaram a insistir veementemente dizendo-nos que era oferta e que era usual, mas estavamo-nos a enfiar num buraco sem fundo, pouco depois vieram os copeiros que serviram bebidas e mesmo com o nosso apelo a que não servissem nada, serviram na mesma.

No final de tudo isto e já sentindo que estávamos metidos numa grande alhada trouxeram-nos a conta, não vou mencionar o valor, mas era muitíssimo, ao que nos recusamos a pagar. Pedimos que chamassem a policia ao que assentiram dizendo que sim, mas passado meia hora entraram foi três gorilas grandes com a cabeça rapada e ao fim de uma hora passaram a cinco, pelo meio ainda lhes dissemos que conhecíamos o Marius, mas não quiseram saber.

Começamos a temer pela nossa saúde e decidimos dizer-lhes que lhes entregaríamos todo o dinheiro que tínhamos em nossa posse, que seria cerca de 35 euros, mas eles toparam-nos os cartões de credito e obrigaram-nos a que eu ficasse lá dentro do bar, enquanto iriam com o Jorge a caixa levantar o dinheiro.
Depois de sairmos daquele antro e sentindo-nos com o orgulho ferido, começamos a ponderar ir a policia fazer queixa, e no preciso momento em que estávamos a falar se iríamos ou não, cruzamo-nos com um carro da policia.


Quase que por instinto a nossa reacção foi espontânea em irmos ter com os policias, chegados lá tentamos explicar o que nos tinha acontecido e eles num mau inglês lá se foram tentando exprimir e entender o que lhes estávamos a explicar. Pouco depois pediram-nos para entrar no carro e lhes indicássemos o local onde aquilo que lhes relatávamos tinha acontecido, assim fizemos, pelo caminho pediram-nos a nossa identificação e chegados ao local sentimos que uma vez mais estávamos a cometer um erro. Eram todos amigos, começaram todos a conversar na língua deles, ainda chegaram dois tipos, que deviam ser os chefes da Mafia da zona num BMW preto que ficaram mais afastados a observarem tudo.

Por fim, os policias pediram-nos de uma forma já agressiva que perante toda aquela gente, copeiros, putas e segurança com ar de mafiosos, voltássemos a explicar e afirmar que tínhamos sido roubados, e perante toda aquela pressão decidimos pedir apenas os nossos bilhetes de identidade e ir-mos embora.
Foi uma situação nova para nós, constrangedora, humilhante e revoltante, o sentimento de não existir segurança é revoltante e sentirmos que essa mesma insegurança é exactamente apoiada pela forças de segurança ainda o torna mais revoltante.


Enfim, muito cuidado com Budapeste, a máfia Russa, sem duvida, que ainda exerce muita influencia naquela zona do globo. Depois de estarmos livres, voltamos para o quarto, mas começamos a pensar que tínhamos falado no Marius e no facto de estarmos hospedados num dos quartos dele, o que facilmente os levaria até nós.

Decidimos então partirmos ainda naquela noite de Budapeste em direcção á Eslováquia, mais propriamente a Bratislava.
Hostel... Bratislava... Será que estávamos a mudar para melhor??? :o)

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