sábado, 11 de agosto de 2007

DUBROVNIK – PODGORICA – TIRANA – OHRID


Acordamos cedo, e lá demos inicio a nossa mais longa e arriscada etapa.

Logo após alguns quilómetros após Dubrovnik enganamo-nos no caminho, o que nos custou umas horitas. Fomos por um caminho diferente daquele que tinhas preparado e acabamos por ir sempre encostados a costa onde existem muitas terrinhas e um transito terrível, com isto e sem querer evitamos ter de entrar na Bósnia novamente, mas custou-nos muito tempo...

Pouco depois entramos em Montenegro, descobrimos que não tínhamos seguro para circular com o carro, mas cheirando um pouco a esquema montado, têm logo ali ao lado uma agência de seguros onde podemos tratar do seguro por apenas 15 Euros, menos mal!
Já dentro de Montenegro decidimos encurtar caminho apanhando um Ferry, que nos levou de uma baia para outra e lá continuamos caminho ao encontro da capital, Podgórica.


Montenegro, é um país pobre, a região é bastante montanhosa, e a costa tem algumas praias, mas não nos sentimos especialmente seduzidos pela Região.
Aqui na Fotografia, o João numa das montanhas por que passamos com o Mar Adriatico no Horizonte.



Outra curiosidade em Montenegro foi o facto de nem todos os carros terem matricula.


Passada a capital, Podgórica, lá continuamos em direcção a fronteira com a Albânia, naquela que viria a revelar-se a nossa mais excitante experiência. Pelo caminho nada de especial, locais desérticos e montanhosos.

Chegados a fronteira, começamos a sentir o ambiente Albanês, muitos Mercedes velhos de 1920, conduzidos por tipos de aspecto duvidoso e nervosos, eram contrabandistas por todos os lados a tirarem-nos as medidas, a nós e ao carro, chegamos a ver a coisa um pouco mal parada, o David quase tremia, transpirava por cada poro saindo-se com frases como “aqueles já nos estão a mancar”, “não deixam de olhar para nós” e “estão a tirar-nos as medidas”, mas no final tudo correu bem.


Inesperadamente e quando menos seria de se esperar naquele local inóspito do mundo, dois carros a nossa frente, um carro com Matricula Portuguesa, iam para a Grécia e o contacto foi inevitável, funcionou um pouco como um oásis no deserto... e deu para descontrair um pouco de toda aquela tensão.
Para entrar na Albânia mais um esquema da policia, tínhamos de pagar 10 euros por pessoa, o que após uma conversa descontraída com um policia simpático que até conhecia o Benfica, ele compreendeu o facto de não termos 30 euros connosco e deixou-nos passar por 25, ainda lhe oferecemos umas moedas mas dizia que pesavam muito no bolso, apontando para o bolso da camisa :o)

Outra peripécia foi o facto de dizerem que o nosso carro estava fora de validade, sim isso mesmo fora de validade, tal como os iogurtes :o)
Só depois compreendemos a razão de tal conversa, na Albânia é usual alugar-se um carro por alguns meses, e quando isto acontece colocam o mês e o ano até que a pessoa pode circular, o que eles confundiram com os nossos dísticos do mês e ano da compra do carro.


Posto isto lá seguimos caminho direito a capital da Albânia, Tirana.
Pelo meio o maior choque cultural da viagem, tudo era diferente, bombas de gasolina de 50 em 50 metros com postos de lavagem nos 25 metros intermédios, caixotes do lixo virados e já sem rodas com um aspecto completamente degradados, dá a ideia que não existe sistema de saneamento.


Burros nas estradas por todo o lado, as casas em elevado grau de degradação, enfim uma cultura diferente e uma pobreza acentuada.


Já chegados a capital Tirana onde ninguém falava Inglês, mas onde em bom inglês não se coibiram de colocar um grande cartaz a dizer "Welcome president Bush" na mais recente visita do senhor ao País.
P.S.
Disseram-nos lá que roubaram mesmo o relógio ao homem :o)


Passada a capital da Albânia tentamos encontrar a direcção da Macedónia , já no caminho e de noite uma serra enorme com uma estrada sinuosa, onde o David uma vez mais e após mais alguma frases encorajadoras como “Parar aqui nem pensar, segue, segue” disse, “vem aí um carro a seguir-nos” :o)
Mas passados mais alguns quilómetros, no topo de uma serra as tantas da manhã, teve mesmo de ser, um chichi e uns alongamentos, já vínhamos há umas horas sentados no carro e estávamos completamente corcundas... Enquanto isto um “táxi-discoteca” com uma grande party passou por nós... e passados mais alguns quilómetros chegamos finalmente a fronteira com a Macedónia.

Uma vez mais ninguém falava Inglês, um policia ainda arranhava qualquer coisa de Francês e o João lá foi falar com ele...
Da fronteira até Ohrid foi um saltinho e sentimos que tínhamos novamente chegado a civilização, passamos uma hora a procura do Hotel, onde já irritados por não encontrarmos o hotel decidimos pedir os serviços de um táxi. Este levou-nos para um sitio de nome idêntico mas errado, falamos com ele e este disponibilizou-se a levar-nos ao sitio correcto, quando lá chegamos voltou a cobrar-nos o dinheiro e criou-se um ambiente pesado mas lá assentimos a pagar-lhe, mas um valor bem inferior. Já na pensão, tínhamos um papel na porta a dizer: “Amigos Portugueses, o vosso quarto é no 2 piso, quarto numero 4, se quiserem borga venham ao bar Cuba Livre” mas estávamos estoirados, e com muita pena fomos dormir...

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